quinta-feira, 25 de novembro de 2010

DISCURSO DE ABERTURA DA I SEMANA CULTURAL NEGRA

A história da comunidade do Barro Preto tem sua origem na década de 50 com a construção da estação de ferro, essa vinha com a premissa de grandes avanços para a cidade de Jequié, no entanto esta melhoria de qualidade de vida aqui não ficou para os moradores e construtores, homens negros e mulheres negra, mais uma vez, foram renegados do progresso social. Na década de 60 o governo resolve desenvolver o saber sistematizado na nossa comunidade para tanto constrói o Grupo Escolar Duque de Caxias. Neste desejo de qualificar os moradores do Barro Preto aniquilou sua cultura, pior desqualificou a etnia negra, colocando o branco como o exemplo a ser seguido. A escola ensinou a memória social da abolição construída pelas elites políticas e ressaltou a extinção da servidão negra, pela princesa européia. Isabel assinou a lei, entretanto esqueceu-se de assinar a carteira de trabalho dos ex-escravizados. O reconhecimento da Cidadania, o acesso aos direitos humanos e liberdade para diversidade cultural “ Educação com resultados práticos, na vida de pessoas simples”.
A história escravocrata brasileira é um monólogo histórico: o homem branco fala, o homem negro obedece.
Por isso o governo Lula e aqui na Bahia Wagener vem tentando transformar o monólogo em diálogo, onde todos falam e cada um é ouvido independente de suas várias diversidades (cor, gênero, credo). As políticas afirmativas vem ganhando força, mesmo que uns poucos privilegiados não queiram, assim nossa escola ao ser reconhecida como remanescente quilombola vem iniciado um caminho árduo para fazer valer a Lei nº10.639/03, para que assim como em Soweto, cidade da África que ficou conhecida na época do apartheid por ser foco de resistência anti-racista e de protestos dos negros contra a política oficial, as novas gerações da escola Duque de Caxias tenham o direito de se apossarem da magnífica e verdadeira história de luta e resistência do povo do continente africano, e descendentes aquilombados em terras de brasileiras.
O nosso sonho é despertar os estudantes quilombolas para o seu real ppapel na sociedade jequieense, e isso companheiros e companheiras depende de mim, de você, de nós paramos de pensarmos no “eu” e passarmos a plantarmos o nós. Nós podemos muito, nós podemos mais... já dizia o poeta.
E agora faço minhas as palavras do grande professor Anísio Teixeira “A liberdade não é ausência e restrições, mas auto-direção, disciplina compreendida e consentida; a igualdade não é fácil nivelamento, mas oportunidade igual de conquistar o poder, o saber e o mérito; a fraternidade é mais que tudo isto, mais que virtude, mais que saber: é sabedoria, é possuir o conceito profundo de nossa identidade de destino e de nossa identidade de origem..."
Quem sabe onde quer chegar tem mais chance de sucesso. Uma Boa noite a todos e todas e Sejam bem vindos e bem vindas a I SEMANA CULTURAL NEGRA DA ESCOLA QUILOMBOLA DUQUE DE CAXIAS.
Ângela Eça de Oliveira
Gestora

2 comentários:

  1. muito bom adoro estudar no duque de caxias!
    que discurso eu tava la!
    rafaela bomfim 3ano mat

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  2. SO FALTOU POSTA FOTOS DA BANDA AFRO DO COLEGIO
    GOSTEI DA INISIATIVA DE NAO SER FANFARRA
    E SIM UMA BANDA QUE FALA DE NOS O POVO NEGRO

    ADRIANO SANTOS 2ANO IERP

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