segunda-feira, 11 de junho de 2012
CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DO COLÉGIO ESTADUAL DOUTOR MILTON SANTOS
INTRODUÇÃO
O processo de transformação social, e principalmente o acesso da classe baixa e a necessidade dessa se inserir no mercado de trabalho cada vez mais cedo, vêm causando um retrocesso na valorização educacional. O dever de formar cidadãos conscientes, críticos, participativos e capazes de atuar na transformação do seu meio cada vez mais cede lugar à necessidade de conclusão de um ciclo , para conseguir se inserir no mercado de trabalho. Com isso os cursos de aceleração aceleram a conclusão dos ciclos, mas não o capacita para exercer seu direito de cidadão. A cada ano a escola pública vem perdendo sua identidade educacional, sua potencialidade de transformar o meio a qual está inserida.
Resgatar sua historicidade e da comunidade a qual está inserida é um dos caminhos para realizarmos a transformação social nacional. A escolar parou de ouvir os sujeitos ativos dessa construção: comunidade, alunos, professores, funcionários, gestores, associações de bairro e religiosa e todo interessado na construção de uma educação com equidade. A função social, entre outras, da escola é considerar os aspectos cultural e valorativo da comunidade e realçar o saber popular articulado ao conteúdo escolar, esse precisa ser um fomento constante. Orientar os estudos para dar especificidade e praticidade aos conteúdos, e realçar quais as reais necessidades de ser um discente transformador e não, só, transformado pelo seu meio. Poder vislumbrar melhores condições de vida por atuarem como cidadãos exercitando sempre a sua cidadania. A escola não deve ser a imagem e semelhança de seus educadores, mas de todos os seguimentos que a compõem. É uma situação política delicada se deixamos que as mudanças ocorressem de dentro para fora, porém se o embrião for gerado dentro da escola a transformação será lenta e bastante proveitosa para a qualificação de todos os envolvidos.
Comparar a escola de hoje com a escola da década de 80 é um paradoxo. Hoje a escola é um direto de toda e qualquer criança, já no passado apenas alguns tinham esse direito, quase sempre a classe dominante. Por esse motivo a escola atual não pode ser taxada de incapaz, mas passa por um momento de busca de identidade, ideologia, compromisso social para essa construção há de se questionar a todos os envolvidos através de entrevistas, questionários, breves relatos de fatos que o faz vislumbrarem uma identidade para a atual escola pública, bem como o desenvolvimento do sentimento de pertencimento.
Não podemos cair em algumas ciladas sociais e acreditar que a educação Pública está fada ao insucesso, pois bem sabemos que o capitalismo tem a função de desvalorizar de maneira sutil à educação gratuita, que é um direito básico, e supervalorizar a educação privada. Esse processo vem sendo lento e muito eficiente, tanto o é que até o Ensino Superior começa a sofrer os respingos desse movimento. Essa trajetória leva a transformar nossa educação pública em algo vergonhoso para qualquer cidadão, seja ele letrado ou não.
Urge a necessidade de decidir coletivamente, em especial dentro da escolar, que modelo de sociedade nós queremos pertencer, e como podemos atuar para a real concretização dessa mudança. Desenhado o quadro, sem nenhum eufemismo, surge o desafio da clareza das finalidades da escola, baseando-se nas teorias, mas principalmente, verificando se a pratica é eficaz. Construir uma realidade justa é descruzar os braços. Sempre tendo consciência de que é nas diferenças que construiremos uma escola justa e igualitária.
Assim, quando o sentimento de pertencimento e compreensão para com a escola pública aflorar junto surgirá os caminhos para a condução de mudanças.
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