quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Ângela, os docentes participaram de alguma formação específica para trabalhar com as questões relacionadas a educação quilombola?




Assim que a escola foi reconhecida como quilombola realizamos uma reunião com o colegiado para evidenciarmos os fatos e divulgarmos as propostas da escola enquanto instituição de promoção da cultura negra e valorização dos afro-brasileiros. Indicamos o centro de estudos afro-brasileiros da UESB, ODEERE, todos os cursos com a temática promovidos pela Secretaria da Educação e do Instituto Anísio Teixeira é amplamente divulgado e até “impostos” para alguns docentes.  Quando percebemos que o sentimento de pertença esta enfraquecido conversamos, agimos de forma a fomentar no outro sua participação nesta promoção da saberes. É uma ação árida, mas a caatinga é árida e altamente produtiva e fértil. Sabemos que entre os docentes há aqueles que nem se perceberam negros e negras por terem acesso a alguns bens matérias sentem-se embranquecidos.  A sociedade transforma qualquer saber negro ou identidade negra em branca quando lhe convém. Não é a toa que o grande Machado de Assis e Jesus Cristo no imaginário popular é europeu de olhos azuis. Isto ao contrário do que muitos pensam nos motiva a “cutucar a ferida”. A todo instante estou indagando o que é cultura, quem valorizou ou desvalorizou determinadas culturas; suscitando o desejo de conhecer a história da educação antes de valorizarmos uma educação excludente do século XX. Para atuar numa escola quilombola é de fundamental importância conhecer sua história pessoal, perceber-se pertencente a um grupo étnico e desejar a igualdade de oportunidades para todos os participes dos meandros escolares. 

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