Assim que a escola foi reconhecida como quilombola
realizamos uma reunião com o colegiado para evidenciarmos os fatos e
divulgarmos as propostas da escola enquanto instituição de promoção da cultura
negra e valorização dos afro-brasileiros. Indicamos o centro de estudos
afro-brasileiros da UESB, ODEERE, todos os cursos com a temática promovidos
pela Secretaria da Educação e do Instituto Anísio Teixeira é amplamente
divulgado e até “impostos” para alguns docentes. Quando percebemos que o sentimento de
pertença esta enfraquecido conversamos, agimos de forma a fomentar no outro sua
participação nesta promoção da saberes. É uma ação árida, mas a caatinga é
árida e altamente produtiva e fértil. Sabemos que entre os docentes há aqueles
que nem se perceberam negros e negras por terem acesso a alguns bens matérias
sentem-se embranquecidos. A sociedade
transforma qualquer saber negro ou identidade negra em branca quando lhe
convém. Não é a toa que o grande Machado de Assis e Jesus Cristo no imaginário
popular é europeu de olhos azuis. Isto ao contrário do que muitos pensam nos
motiva a “cutucar a ferida”. A todo instante estou indagando o que é cultura,
quem valorizou ou desvalorizou determinadas culturas; suscitando o desejo de
conhecer a história da educação antes de valorizarmos uma educação excludente
do século XX. Para atuar numa escola quilombola é de fundamental importância
conhecer sua história pessoal, perceber-se pertencente a um grupo étnico e
desejar a igualdade de oportunidades para todos os participes dos meandros
escolares.
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