terça-feira, 3 de julho de 2012

Milton Santos, não se filiou a partidos: "não sou militante de coisa alguma, apenas de idéias"








11 de maio de 2012, o sindicato dos professores e professoras, APLB, deflagra greve. Conta com o apoio de 90% da classe. A equipe Milton Santos decide não aderir ao movimento.  Fazemos parte dos 10% que disseram não e fizemos valer a nossa opinião. O nosso não teve como ação as aulas regulares para todos os estudantes da comunidade escolar. Não cruzamos os braços, fizemos valer nossas idéias. O quilombo urbanos gritou e, agora,  escreve o por quê de seu não.
Reconhecemos o direito de luta e de dignidade do profissional da educação. Mas sabemos que salário elevado não dignifica um profissional, proporciona sim saciedade aos prazeres criados pelo mundo moderno.  Num primeiro momento queriam nos calar, nos adjetivar com os adjetivos mais impróprios para uma comunidade estudantil com o histórico da nossa. Pedimos desculpas, mas no momento a comunidade do Barro Preto precisa do apoio da comunidade escolar.

2 comentários:

  1. Como integrante desta comunidade desde 2004,sei o quanto, a mesma já sofreu e sofre por conta das mazelas da sociedade.Por isso, como membro e conhecedora dos problemas existente nela votei contra a greve. Uma vez que penso,ser impossível existir um salário que possa pagar pelo meu trabalho.Trabalho este que atende as minhas necessidades básicas e me possibilita lutar por uma sociedade igualitária.

    Podem me chamar de sonhadora, ingênua.Eu não ligo. Gosto de sonhar!!!!!!!!

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  2. Como neste texto a APLB Sindicato foi citada, sinto-me na obrigação de contribuir no debate, sem intenção de direcionamento do discurso, ressalto, apenas como contribuição, com o seguinte comentário:

    Aproxima-se de três meses, a greve do professores na rede estadual da Bahia, motivada pelo descumprimento do acordo firmado entre o Governo e a APLB/Sindicato, ainda em 2011, visando o pagamento do piso salarial da categoria na base do plano de carreira.
    Vale destacar que o julgamento do mérito da ADIn 4.167, em abril de 2011, marcou a vigência integral da Lei 11.738/2008. Desde então, estados e municípios não podem se eximir de cumprir a legislação federal, e por este motivo inúmeras greves têm sido deflagradas no país. A democracia reconhece que a greve é um direito de todo trabalhador, portadora de exigência mais ampla de justiça. Os professores não abrem mão de seus direitos e vão continuar lutando, justamente para que se cumpra essa a lei e seja respeitada por todos os gestores públicos.
    A remuneração dos professores é, historicamente, o grande desafio da política educacional, do Império à Nova República, de Dom Pedro I a Dilma. Atualmente, a Constituição Federal de 1988, no seu inciso V, artigo 206, garante como princípio de ensino, aos profissionais de ensino, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional.
    Mas, quem são esses profissionais? São considerados professores aqueles que ensinam e transmitem conhecimentos de arte, ciência, disciplina, técnica, ginástica, natação, música, etc. Em uma perspectiva sociológica, o termo adquiriu um sentido muito amplo de "ocupação" ou "emprego", o que permite utilizar os conceitos de Edgar Morin – "que classifica a profissão de professor como complexa, onde a incerteza, a ambigüidade das funções, é o seu melhor traço definido." Contudo, cabe a todos que exercem o magistério, defender a sua ocupação, sua dignidade, reivindicar melhores condições de trabalho, bem como salários compatíveis com a responsabilidade social do educador. A propósito, segundo Hamilton Werneck, especialista em Educação, um profissional do magistério nunca será rico. Seria utópico pensar em ser rico trabalhando dentro de uma sala de aula. Mas não é utópico pensar em ter dignidade salarial sendo profissional do magistério.
    Cada vez mais, o professor é essencial no processo ensino-aprendizagem, portanto, deve ter, também, uma remuneração compatível, pois gasta dinheiro, tempo e energia preparando-se para o papel de educador. Quem quer educação de qualidade, precisa oferecer condições para que ela aconteça. Aumentar o piso é um avanço. Determinar 1/3 da jornada para que o professor estude, prepare aulas, corrija provas, não é nem um avanço: é uma correção imprescindível para que a profissão continue existindo. Essas conquistas mínimas deveriam estar fora de debate. Ou seja: o debate deveria ser sobre como ampliá-las.

    Argumentar a falta de recursos para aplicar o Piso Salarial dos professores é bastante curioso. Mostra que o orçamento simplesmente desconsidera a necessidade de remunerar dignamente e dar boas condições de trabalho para o educador.

    A iniciativa do intransigente governo da Bahia, que diz não ter condições financeiras para cumprir o acordo assinado no ano passado de reajuste de 22,22% para os professores, mas pode pagar a empresa de Jorge Portugal mais de R$ 1,5 milhão, revela total desrespeito pela categoria, como também demonstra falta de compromisso com a escola pública, recusando-se a negociar com a categoria, e também descontar os salários dos professores. Diante da importância de se valorizar o Professor, pois estes contribuem em grande parte na formação humana e o descaso e a indiferença do governo Wagner em estabelecer uma política que reconheça e valorize esses profissionais, a greve continua.

    Caroline Moraes Brito
    Diretora Geral da APLB Sindicato – Delegacia Sindical do Sol/Apromuje

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