O EXPERIMENTO COMO BASE AO ENSINO PELA PESQUISA
Eliana Sardinha da
Silva1 (FM)*, Renê A. Giampedro2 (PQ), Alcione T. Ribeiro (PQ)2, Adilson de
S. Santos2 (IC), Beatriz dos Santos2 (IC), Cheilane T. de
Souza2 (IC), Luana B. Santos2 (IC). lyufroes@hotmail.com.
1. Colégio Estadual Doutor Milton Santos – Jequié/BA;
2. UESB – Campus de Jequié/BA
Palavras-Chave: experimento, diálogo, pesquisa.
Introdução
Tem o
objetivo de tornar as aulas de Química do Colégio Estadual Doutor Milton Santos,
(Quilombo Urbano de Jequié-BA), dinâmicas, menos tradicionais e contextualizadas com o cotidiano dos discentes. Para tanto, buscou-se a parceria da UESB
(Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia), através dos professores
responsáveis pelo programa LADIQ (Laboratório de Divulgação Química do
Sudoeste da Bahia), e a mesma foi contemplado com o apoio do Projeto POP - Pesquisa Científica da FABESB (Fundação de Amparo à
Pesquisa do Sudoeste da Bahia) voltado para a educação científica e
popularização da ciência. O projeto visa
à quebra do paradigma: “disciplina Química, sem relação com o dia a dia das
pessoas”. Utiliza-se aulas experimentais, investigativas, oportunizando ao professor(a) suporte
de material e orientações acerca dos experimentos. Uma grande passo para tornar o professor(a) um pesquisador da sua própria prática
pedagógica.
Resultados e
Discussão
Em 2011 foram
realizadas 3 aulas experimentais: Propriedades
Coligativas; Cinética e Termoquímica; com 20 alunos, da 2ª Série do Ensino Médio,
turno noturno, essa selecionada por apresentar baixo rendimento, desinteresse e
consequentemente indisciplina. Para a
execução das aulas contamos com o apoio de estudantes do curso de licenciatura
em Química da UESB, que desenvolvem, com a orientação de seus professores, roteiros de aula prática,
envolvendo os conteúdos propostos. Os roteiros após serem entregues à
professora do colégio são reestruturados numa perspectiva da problemática, com
questionamentos a serem pesquisados pelos alunos a partir dos resultados
observados no desenvolvimento das aulas. Discute-se o entendimento conceitual
através de leitura de textos, pesquisas em livros e na internet, bem como sua
contextualização como o dia a dia dos participes da construção e leitura dos
saberes. As atividades são desenvolvidas em etapas: 1ª - Realização da aula
prática; 2ª - Organização dos resultados, discussão e contextualização dos
saberes; 3º - Produção textual descrevendo os procedimentos, resultados obtidos
e as possíveis respostas aos questionamentos; 4º - Refacção do texto produzido
pelos(as) alunos(as) após discussão. Para Zanon e Silva (2000) de nada adianta
realizar experimentos se estes “não propiciarem o momento da discussão
teórico-prática que transcende o conhecimento de nível fenomenológico e os
saberes cotidianos dos alunos”. O papel mediador do professor é essencial na fomentação
do raciocínio dos educandos, para que estes estabeleçam conexões entre o saber
do cotidiano e o saber científico, já que nenhum experimento é autoexplicativo
só a nível fenomenológico, teoria e diálogo se complementam. “Não basta
envolver os alunos na realização de experimentos, mas também procurar integrar
o trabalho prático com a discussão, análise e interpretação dos dados obtidos”
(ROSITO, 2000).
Os
resultados, parciais, apontam significativas mudanças quanto ao interesse e
participação dos euducandos no desenvolvimento de competências e habilidades já
construídas, mas em muitos casos sem a relação efetiva com o conhecimento
químico sistematizado, uso de tabelas e a linguagem científica. Avançam na
escrita, na organização textual e no uso de novos vocabulários na linguagem oral,
esses foram observados na Mostra Cultural do colégio. Em depoimento
os educandos reconhecem a importância das atividades desenvolvidas no
aprimoramento de seu conhecimento. Afirmam que estão aprendendo mais, “embora tenham que estar frequentemente
realizado leitura, escrevendo e
reescrevendo textos, apontando diversas possibilidades de respostas”, “que após as aulas experimentais perceberam
que química não era cálculos dissociados da realidade”, “que agora participam mais das aulas e antes
só ouviam a professora lecionando”. Este trabalho notou-se que os educandos
tiveram sua autoestima elevada e tornaram-se mais comprometidos com as aulas.
Conclusões
As aulas experimentais, bem planejadas e executadas,
são recursos que os professores de Química utilizam na construção do
conhecimento junto com os educandos, mesmo que o tempo de aula seja um fator
restritivo. A metodologia utilizada evidencia ganho de tempo em relação às
aulas tradicionais e de quebra de paradigmas. Os resultados, ainda que
parciais, apontam para uma popularização efetiva da disciplina, “química”, e como
facilitador no processo de ensino e aprendizagem.
Agradecimentos
Aos estudantes por se proporcionarem uma nova
metodologia na construção dos saberes na disciplina, Química, e à FAPESB por
financiar o projeto.
____________________
SILVA, Lenice H. de
Arruda; ZANON, Lenir Basso. A
experimentação no ensino de ciências. In: SCHNETZLER, R. P. & ARAGÃO, R. M.
R. (org.). Ensino de ciências: fundamentos
e abordagens. 1 ed. Campinas: CAPES/UNIMEP, 2000, p. 136.
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