quinta-feira, 12 de julho de 2012

O EXPERIMENTO COMO BASE AO ENSINO PELA PESQUISA



O EXPERIMENTO COMO BASE AO ENSINO PELA PESQUISA
Eliana Sardinha da Silva1 (FM)*, Renê A. Giampedro2 (PQ),  Alcione T. Ribeiro (PQ)2, Adilson de S. Santos2 (IC), Beatriz dos Santos2 (IC), Cheilane T. de Souza2 (IC), Luana B. Santos2 (IC). lyufroes@hotmail.com.
1. Colégio Estadual Doutor Milton Santos – Jequié/BA; 2. UESB – Campus de Jequié/BA
Palavras-Chave: experimento, diálogo, pesquisa.

Introdução
Tem o objetivo de tornar as aulas de Química do Colégio Estadual Doutor Milton Santos, (Quilombo Urbano de Jequié-BA), dinâmicas, menos tradicionais e contextualizadas com o cotidiano dos discentes. Para tanto, buscou-se a parceria da UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia), através dos professores responsáveis pelo programa LADIQ (Laboratório de Divulgação Química do Sudoeste da Bahia), e a mesma foi contemplado com o apoio do Projeto POP - Pesquisa Científica da FABESB (Fundação de Amparo à Pesquisa do Sudoeste da Bahia) voltado para a educação científica e popularização da ciência. O projeto visa à quebra do paradigma: “disciplina Química, sem relação com o dia a dia das pessoas”. Utiliza-se aulas experimentais, investigativas, oportunizando ao professor(a) suporte de material e orientações acerca dos experimentos. Uma grande passo para tornar o professor(a) um pesquisador da sua própria prática pedagógica.
Resultados e Discussão
Em 2011 foram realizadas 3 aulas experimentais:  Propriedades Coligativas; Cinética e Termoquímica;  com 20 alunos, da 2ª Série do Ensino Médio, turno noturno, essa selecionada por apresentar baixo rendimento, desinteresse e consequentemente indisciplina.  Para a execução das aulas contamos com o apoio de estudantes do curso de licenciatura em Química da UESB, que desenvolvem, com a orientação de seus professores, roteiros de aula prática, envolvendo os conteúdos propostos. Os roteiros após serem entregues à professora do colégio são reestruturados numa perspectiva da problemática, com questionamentos a serem pesquisados pelos alunos a partir dos resultados observados no desenvolvimento das aulas. Discute-se o entendimento conceitual através de leitura de textos, pesquisas em livros e na internet, bem como sua contextualização como o dia a dia dos participes da construção e leitura dos saberes. As atividades são desenvolvidas em etapas: 1ª - Realização da aula prática; 2ª - Organização dos resultados, discussão e contextualização dos saberes; 3º - Produção textual descrevendo os procedimentos, resultados obtidos e as possíveis respostas aos questionamentos; 4º - Refacção do texto produzido pelos(as) alunos(as) após discussão. Para Zanon e Silva (2000) de nada adianta realizar experimentos se estes “não propiciarem o momento da discussão teórico-prática que transcende o conhecimento de nível fenomenológico e os saberes cotidianos dos alunos”. O papel mediador do professor é essencial na fomentação do raciocínio dos educandos, para que estes estabeleçam conexões entre o saber do cotidiano e o saber científico, já que nenhum experimento é autoexplicativo só a nível fenomenológico, teoria e diálogo se complementam. “Não basta envolver os alunos na realização de experimentos, mas também procurar integrar o trabalho prático com a discussão, análise e interpretação dos dados obtidos” (ROSITO, 2000).
Os resultados, parciais, apontam significativas mudanças quanto ao interesse e participação dos euducandos no desenvolvimento de competências e habilidades já construídas, mas em muitos casos sem a relação efetiva com o conhecimento químico sistematizado, uso de tabelas e a linguagem científica. Avançam na escrita, na organização textual e no uso de novos vocabulários na linguagem oral, esses foram observados na Mostra Cultural do colégio. Em depoimento os educandos reconhecem a importância das atividades desenvolvidas no aprimoramento de seu conhecimento. Afirmam que estão aprendendo mais, “embora tenham que estar frequentemente realizado  leitura, escrevendo e reescrevendo textos, apontando diversas possibilidades de respostas”, “que após as aulas experimentais perceberam que química não era cálculos dissociados da realidade”, “que agora participam mais das aulas e antes só ouviam a professora lecionando”. Este trabalho notou-se que os educandos tiveram sua autoestima elevada e tornaram-se mais comprometidos com as aulas.
Conclusões
As aulas experimentais, bem planejadas e executadas, são recursos que os professores de Química utilizam na construção do conhecimento junto com os educandos, mesmo que o tempo de aula seja um fator restritivo. A metodologia utilizada evidencia ganho de tempo em relação às aulas tradicionais e de quebra de paradigmas. Os resultados, ainda que parciais, apontam para uma popularização efetiva da disciplina, “química”,  e  como facilitador no processo de ensino e aprendizagem.
Agradecimentos
Aos estudantes por se proporcionarem uma nova metodologia na construção dos saberes na disciplina, Química, e à FAPESB por financiar o projeto.
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ROSITO, Berenice Alvares. O Ensino de Ciências e a Experimentação. In: MORAES, Roque (org.). Construtivismo e Ensino de Ciências – reflexões epistemológicas e metodológicas. 2 ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000, p. 203.
SILVA, Lenice H. de Arruda; ZANON, Lenir Basso. A experimentação no ensino de ciências. In: SCHNETZLER, R. P. & ARAGÃO, R. M. R. (org.). Ensino de ciências: fundamentos e abordagens. 1 ed. Campinas: CAPES/UNIMEP, 2000, p. 136.

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