segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ângela, e como se dão as relações entre os funcionários, corpo docente e discente do diurno com os que trabalham e estudam do noturno?




Desde o inicio da educação formal que o ensino noturno não tem a mesma valorização do diurno. Esta evidência é constatada na Lei quando as exigências são diferenciadas, a aula do diurno tem 50 minutos com um intervalo de 20 minutos, enquanto o noturno não tem nenhum intervalo e as aulas tem 40 minutos de duração.
Entendemos por estudante do diurno a pessoa que não trabalha formalmente; está em conformidade a idade com a série; são acompanhados pelos responsáveis. Já o curso noturno sua prioridade é o estudante que precisa trabalhar durante o dia para se manter; não conseguiu frequentar a escola na idade regular, tem distorção idade série; eles próprios são responsáveis pela apropriação dos saber formal; em sua maioria já constituíram família; a evasão é bem mais acentuada.
Numa escola quilombola estas diferenças são percebidas de forma menos acentuada, já que a esta classe o saber sistematizado foi negado por um período mais longo. Então no diurno nos deparamos com problemas do noturno.
Enquanto professora e gestora percebo que deixo transparecer meu desejo latente de ver o nosso diurno com características essencialmente do diurno, então minha dedicação é total; já o noturno consigo compreender que socialmente esta diferença existirá mesmo que aconteça uma revolução educacional de fato e de direito. Isso não significa afirmar que qualitativamente o noturno será desprestigiado, mas que existem diferenciais bem definidos entre o aluno e aluna do diurno e do noturno.
Uma das principais características de nossa comunidade, diria até da sociedade, e minha também, é acreditar que existe uma subordinação do ser humano a si mesmo e a entidades invisíveis, dependendo do credo há várias nomenclaturas – espíritos, anjos, gnomos, deuses, espírito santos, desígnios superiores. Temos um destino a cumprir e poucos desafiam esse. E quando não o fazemos ferimos um princípio construído desde a antiguidade na Grécia a “democracia”.
Assim, a relação entre os funcionários, independente do segmento, é exigir mais do diurno e tentar compreender, refletir a situação do noturno.

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