Desde o inicio da educação formal que
o ensino noturno não tem a mesma valorização do diurno. Esta evidência é
constatada na Lei quando as exigências são diferenciadas, a aula do diurno tem
50 minutos com um intervalo de 20 minutos, enquanto o noturno não tem nenhum intervalo
e as aulas tem 40 minutos de duração.
Entendemos por estudante do diurno a
pessoa que não trabalha formalmente; está em conformidade a idade com a série;
são acompanhados pelos responsáveis. Já o curso noturno sua prioridade é o
estudante que precisa trabalhar durante o dia para se manter; não conseguiu
frequentar a escola na idade regular, tem distorção idade série; eles próprios
são responsáveis pela apropriação dos saber formal; em sua maioria já
constituíram família; a evasão é bem mais acentuada.
Numa escola quilombola estas
diferenças são percebidas de forma menos acentuada, já que a esta classe o
saber sistematizado foi negado por um período mais longo. Então no diurno nos
deparamos com problemas do noturno.
Enquanto professora e gestora percebo
que deixo transparecer meu desejo latente de ver o nosso diurno com
características essencialmente do diurno, então minha dedicação é total; já o
noturno consigo compreender que socialmente esta diferença existirá mesmo que
aconteça uma revolução educacional de fato e de direito. Isso não significa
afirmar que qualitativamente o noturno será desprestigiado, mas que existem
diferenciais bem definidos entre o aluno e aluna do diurno e do noturno.
Uma das principais características de
nossa comunidade, diria até da sociedade, e minha também, é acreditar que
existe uma subordinação do ser humano a si mesmo e a entidades invisíveis,
dependendo do credo há várias nomenclaturas – espíritos, anjos, gnomos, deuses,
espírito santos, desígnios superiores. Temos um destino a cumprir e poucos
desafiam esse. E quando não o fazemos ferimos um princípio construído desde a
antiguidade na Grécia a “democracia”.
Assim, a relação entre os
funcionários, independente do segmento, é exigir mais do diurno e tentar
compreender, refletir a situação do noturno.
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